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Job rotation: conheça sua definição e vantagens

Job rotation: conheça sua definição e vantagens

As empresas com intuito de se tornarem mais competitivas e estratégicas, buscam continuamente maneiras de se reinventar e aprimorar seus processos. A inovação é um atributo crucial para que uma organização se destaque no mundo corporativo, que, por sua vez, se torna cada vez mais competitivo.

Para acompanhar este mercado, as organizações buscam por profissionais que visam desenvolver novas habilidades e adquirir conhecimento de forma ágil e constante.

Uma ferramenta que tem se tornado comum para explorar a capacidade máxima de desenvolvimento dos profissionais é o job rotation, uma estratégia que tem se mostrado uma excelente aliada para descobrir ou aprimorar novos talentos.

O que é job rotation?

O termo “job rotation”, na tradução para o português, significa rodízio de trabalho, e nada mais é do que o revezamento de tarefas executadas em uma organização.

Tal técnica possibilita que um profissional de determinada área possa conhecer e se desenvolver em outro departamento da empresa, proporcionando assim um conhecimento aprofundado do negócio e a oportunidade de adquirir novas habilidades.

Para compreender melhor como esse procedimento é aplicado nas empresas, iremos considerar a seguinte situação: em uma consultoria de RH, os cargos que estão à frente da operação são aqueles que tem relação direta com o produto e/ou serviço final oferecido pela empresa. Porém, existem outros departamentos, como TI, financeiro, comercial, marketing, entre outros.

A ideia do job rotation é que o profissional do marketing, por exemplo, fique por determinado período no setor do RH, para compreender a atividade executada por este profissional e que por sua vez, é o produto/serviço da empresa.

Essa estratégia deve ser pensada como uma ação de treinamento e desenvolvimento, que deve possuir uma metodologia, um objetivo final e acompanhamento contínuo.  

Riscos ao implantar o job rotation

Bem, assim como a maioria das ferramentas implantadas pelas empresas, existem as vantagens e desvantagens do método.

É neste momento que é indispensável uma análise crítica do cenário organizacional, por parte do profissional de RH e do corpo de gestores da empresa, para que esta prática não gere prejuízos e impactos negativos.

Ao considerar a implantação desta técnica, deve-se observar principalmente os seguintes pontos:

  • Existe uma estrutura favorável na organização para acompanhar e desenvolver estes profissionais em outras frentes de trabalho?
  • A empresa possui tempo hábil e investimento para construir treinamentos contínuos para estes profissionais?
  • Quais vantagens competitivas, tendo em vista a concorrência, a organização tem ao realizar o job rotation?
  • O perfil da equipe permite a implantação dessa estratégia?

Esses são alguns dos principais questionamentos que devem ser respondidos antes da implantação da ferramenta. O esforço de se readaptar a novas atividades laborais exige uma preparação de todos os envolvidos.

Em qualquer cenário, quando uma ferramenta é implantada sem um objetivo claro, e de forma compulsória, a chance de um resultado negativo é grande e a empresa pode amargar os prejuízos por muito tempo, e talvez nem seja possível recuperar sua equipe, tendo que buscar novos colaboradores para o negócio.

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Mas, diante desses riscos, quais as vantagens dessa prática?

Apesar dos riscos e desafios, o job rotation, quando implantado com sucesso, pode trazer muitas vantagens, vejamos algumas a seguir:

Conhecimento do negócio

Essa estratégia oferece ao profissional conhecer na totalidade todas as áreas de atuação da empresa, e assim tem a oportunidade de conhecer na essência o negócio no qual faz parte, suas fraquezas e os diferenciais da organização.

Quando essas questões ficam claras para os colaboradores, é possível que o fit cultural entre empresa e os funcionários aconteça de forma mais assertiva. 

Aprendizado contínuo

Os colaboradores têm a oportunidade de aprender outras atividades que podem agregar para o desempenho da sua atividade inicial. Conhecer a rotina dos pares de trabalho pode facilitar a interação entre as equipes e impulsionar o aprendizado mútuo.

Oxigenação na equipe

O rodízio de tarefas, permite que o colaborador que está cansado de sua atividade ou do seu setor, possa mudar sua rotina e isso possibilita a restauração da motivação do seu trabalho.

Descoberta de novos talentos

O job rotation abre espaço para novos talentos, que podem ser desconhecidos não só pela empresa, mas também pelos próprios colaboradores.

As vezes um profissional com grande capacidade criativa, que atua no setor financeiro, por exemplo, pode se descobrir no departamento de marketing, onde conseguirá entregar mais resultado por ter percebido sua capacidade naquela função.

Nesse caso específico, a organização ainda consegue fidelizar este colaborador, que teve uma oportunidade de se redescobrir profissionalmente e ainda aprender e atuar nessa nova função. Isso gera motivação e engajamento do profissional para com a organização.

Além das vantagens mencionadas, cabe ressaltar que, caso a empresa consiga identificar talentos que antes estavam estagnados e após o job rotation se destacaram em outras atividades, houve por parte da empresa uma economia de tempo e custos financeiros, caso iniciasse um processo de recrutamento e seleção para uma determinada posição na empresa.

Qual o papel do RH no processo de implantação do job rotation?

O profissional do RH é aquele que vai identificar inicialmente se essa metodologia é aplicável na organização e quais os retornos que esta pode trazer.

Caso seja identificado que é uma ação que pode agregar valor para a empresa, o RH deve primeiramente avaliar o perfil da equipe, para entender se é possível implantar ou não o rodízio de tarefas.

Em uma empresa de cultura muito engessada, onde os profissionais são mais acomodados, talvez essa não seria uma ação interessante e poderia trazer muito desconforto para a equipe.

Para fazer esse diagnóstico de forma mais fidedigna, pode ser interessante uma investigação do clima organizacional. Assim, o RH tem um dado concreto de como o job rotation poderia ser recebido pela equipe e qual impacto poderia gerar.  

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O próximo passo é analisar o cenário da empresa frente ao mercado, se for um momento de alta, talvez não seja interessante colocar em determinada atividade uma pessoa que não possui o conhecimento daquela área, para “aprender” a desempenhá-la, considerando um momento crítico.

Por exemplo, se for uma indústria, onde os produtos estão saindo em grande volume, e há a necessidade do profissional de compras efetuar a reposição do estoque de forma contínua, não seria estratégico tirá-lo dessa posição, pois seu desempenho é crucial para a entrega final. Esse não seria o momento ideal para esta ação.

Após essas análises, o RH precisa desenvolver, juntamente com a equipe de liderança/gestão, um cronograma de rodízio, para que não haja conflitos, tais como: duas pessoas em uma mesma posição, ou a ausência de um colaborador em dada atividade.

Concomitantemente, deve-se planejar um calendário de treinamento, para que os funcionários não sejam lançados em um setor desconhecido, sem a experiência mínima necessária para executar a tarefa.

Considerando essas observações iniciais, no momento de implantar o job rotation, o RH precisa se atentar aos passos a seguir:

  • Explicar para a equipe de forma clara e objetiva as vantagens desta ação;
  • Apresentar os benefícios que ela pode trazer para o conjunto final da empresa junto aos colaboradores;
  • Diferenciar de forma clara o job rotation de possíveis promoções e/ou recolocações profissionais;
  • Esclarecer a respeito de salário/benefícios (não há mudanças durante o período de aprendizado);
  • Definir o período em que o funcionário ficará em cada setor e o período total de aprendizado.


Job rotation VERSUS Desvio de função

Um ponto de atenção ao implementar essa estratégia nas organizações é quanto ao desvio de função. O job rotation é considerado uma ferramenta para desenvolver e descobrir novos talentos nas empresas, como um programa de treinamento, e não deve ser utilizado de maneira demasiada para disfarçar o que pode ser caracterizado como desvio de função.

Por isso, é de extrema importância que sejam definidos no escopo do projeto de desenvolvimento o período que cada colaborador ficará em outro departamento, e associado a isto, todos os treinamentos sejam devidamente realizados, acompanhados e registrados.

Após o rodízio, cabe ao RH, juntamente com a gestão, definir se haverá promoções e/ou recolocações internas e, caso ocorra, devem acontecer conforme previsto na legislação trabalhista.

Se não ocorrer dessa maneira, o colaborador pode se frustrar, além disso, a empresa pode ficar exposta a um passivo trabalhista, podendo responder judicialmente por desvio ou acúmulo de função.

Conclusão

O modelo taylorista na administração científica do trabalho tinha como ideia central o aperfeiçoamento das funções de cada trabalhador para evitar a morosidade na execução das tarefas.

Podemos dizer então que o job rotation é a evolução deste modelo, uma vez que os profissionais se aperfeiçoam não só na sua atividade, mas em todas as frentes principais da empresa, trazendo assim mais autonomia e segurança na execução das tarefas.

Sendo assim, o profissional de RH precisa estar atento às mudanças e inovações que o mercado apresenta, considerando a necessidade de tornar as organizações mais estratégicas e, com a implantação das novas ações, seja possível proporcionar vantagem competitiva e econômica frente às demais organizações.

Equipe Sociis RH

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